Cardápio, do Japão para o Brasil.
Veja as principais diferenças entre as comidas orientais encontradas no cardápio brasileiro e no japonês.
Quando a primeira leva de imigrantes japoneses desembarcou no Brasil, trouxe com ela muitos hábitos inicialmente estranhos para nós, mas que com o tempo acabaram sendo integrados em nosso cotidiano. A culinária japonesa foi se tornando tão comum e apreciada no Brasil, que hoje é considerada a segunda mais pedida nos restaurantes brasileiros. Mas o que muita gente não sabe é que a comida japonesa que conhecemos aqui nos dias de hoje é bastante moderna em relação à tradicional do Japão, pois de acordo com a expansão de restaurantes e clientes também foram surgindo adaptações para que os pratos ficassem com um toque mais brasileiro.
Para se ter uma noção, no Japão não existem rodízios, o que é comum de vermos por aqui, o mais próximo desse modelo é o atabehôdai, que é cobrado um preço fixo. As temakerias também não existem por lá, e essa invenção partiu daqui. A primeira foi aberta em São Paulo na Vila Olímpia em 2003.
As adaptações não se limitam aos serviços, como também e principalmente aos pratos. Muitos restaurantes incluem ingredientes brasileiros e o cardápio vai se tornando cada vez mais familiar. Alguns estabelecimentos fazem uso da couve-flor, alho-poró e até mesmo da castanha-do-pará, sem contar com o uso dos pescados nacionais, como o surubim e tilápia.
Tradicionalmente, o cardápio de comida japonesa é composto de peixes e ingredientes salgados, porem no Brasil, é muito comum a inserção de frutas nos pratos. Os japoneses por sua vez não costumam utilizar manga, morango e outras frutas que se tronaram comuns no cardápio daqui. Além das frutas, a sobremesa também foi incorporada. Sushis doces, como chocolate, leite condensado, frutas e geleias são cada vez mais utilizados nos restaurantes, conquistando também a aprovação das crianças, mas no Japão esses pratos doces não existem.
Talvez a diferença maior seja porque o brasileiro está acostumado com um tipo de comida mais temperada enquanto que o Japonês gosta mesmo é de sentir o sabor original dos alimentos. Tanto é que os japoneses consomem o molho shoyu, por exemplo, de uma maneira muito mais moderada que os brasileiros. No Japão é consumida apenas uma colher de shoyu por refeição, pois o seu gosto pode sobressair se for usado em grande quantidade.
E quem pensa que as adaptações param por aí, está muito enganado. Além de modificar os pratos para algo mais próximo à culinária nacional, os brasileiros também fazem adaptações à diferentes culinárias, que fazem sucesso no nosso país. Em alguns restaurantes é possível encontrar tahine (pasta feita de gergelin) e gaucamole (purê de abacate temperado) acrescidos aos pratos. Tem também o cream cheese, a adição desse creme é uma criação norte-americana que os brasileiros adotaram e ainda propõem muitas outras opções como o limão siciliano, queijos como cheddar e gorgonzola, azeites e molhos temperados como barbecue, calda de maracujá e variações do tradicional molho shoyu.
A demanda por comida oriental no nosso país cresce a cada dia, e os restaurantes que fazem as inovações mais inusitadas têm feito muito sucesso entre os brasileiros, mas há quem critique essas adaptações. Algumas pessoas acreditam que não exista mais comida japonesa de verdade em nosso país e acham que o tradicional deveria ser preservado. E você, o que acha das adaptações do nosso país nos pratos orientais?
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